domingo, 30 de setembro de 2007

Um monte de emoções.


Devastadora. Essa é a palavra que melhor descreve a performance de Lewis Hamilton na pista de Fuji no Japão. No melhor GP do ano o inglês de 22 coroou sua campanha até aqui com uma vitória em meio a um dilúvio e ainda deu banho no bicampeão do mundo com um desempenho impressionante. E com o acidente de Fernando Alonso o estreante abriu 12 pontos de vantagem o que poderá ser o suficiente para o inglês sair campeão do mundo na próxima na China.
Nas primeiras voltas abriu uma boa vantagem sobre Alonso e conseguiu assim retomar a liderança depois das trocas de pneus ficando mais livre do tráfego. E todos pensavam que o espanhol teoricamente teria vantagem correndo na chuva. Será que está nascendo o piloto mais completo da Fórmula 1?

Não tenho como fugir do tom embasbacado do texto mas o que Hamilton fez nesse fim de semana foi algo histórico. Num momento de grande pressão, onde viu seu desempenho cair em relação ao rival direto, com apenas 15 corridas de Fórmula 1 no curriculo, em contraste com o bicampeonato que o companheiro de equipe carrega nas costas chegou ao Japão praticamente zerado na disputa ao título, com apenas dois pontos de vantagem, Lewis teve um fim de semana de gênio. Digno de um campeão.

Fez uma pole heróica na última tentativa no sábado e fez uma corrida digna dos mestres da chuva. Assombroso. Um estreante com um talento que flui de tal maneira que nos faz pensar que já é fácil para ele andar mais rápido que todos. Sabe ultrapassar, sabe cadenciar seu desempenho, quase não erra. Difícil é competir com ele.

Como a hora de Alonso demorou para chegar esse ano conseguiu se aproximar do líder andando muito rápido nas últimas corridas. Mas mesmo tardando chegou e Alonso rodou, bateu e não marcou pontos no fim de semana. A primeira vez no ano. E abriu caminho para o título do ingês.
Vem para o tudo ou nada na próxima corrida já que se chegar atrás do inglês na China não importa a colocação Hamilton sai campeão.

A Ferrari fez o que deveria ter feito. Competiu. Não havia sorte no mundo que superasse a competência dos pilotos da Mclaren; um poderia sair da corrida, os dois saírem ia ser muito difícil. O time italiano se embananou na escolha dos pneus, e assim os dois pilotos foram parar no fundo do grid. Kimi Raikkonen foi rápido o tempo todo e escalou até o pódio.

Felipe Massa levou uma punição e parou uma vez a mais nos boxes, num total de 4. E não é que ao contrário o que todo mundo pensanva andou muito bem na chuva, e foi mais rápido que o finlandês. Foi passando um por um no meio daquele dilúvio, saiu ileso dessa escalada. Alcançou a terceira posição e mesmo com quase o pelotão inteiro mais próximo devido ao safety car, caiu de terceiro para nono depois de cumprir a punição e voltou a ser valente até subir à sexta posição.
E por último fez uma ultrapassagem na volta final em cima de Kubica que vai entrar para os anais da competição. Um momento épico de valentia e determinação de um piloto que já não tinha muito o que perder. Muitos vão torcer o nariz, mas na minha humilde opinião, fez a melhor corrida dele no ano. E um dos melhores desempenhos no geral. E mesmo com o pódio de Raikkonen me impressionou mais que o finladês.

Grande desempenho de Sebastian Vettel, que andava em terceiro e estava com um pódio quase garantido quando bateu na traseira de Mark Webber, outro que fazia grande corrida. Vettel tem 18 anos, estava na sua sexta corrida e mostrou que algo de especial existe dentro do cockpit de sua Toro Rosso. E sua imagem chorando ainda de capacete, de costas para a câmera, foi um daqueles momentos que irão ser reprisados em documentários daqui à alguns anos. Marcante.

Enfim, uma corrida para lavar a alma de quem gosta de Fórmula 1.

Chicotadas na sequência...

2 comentários:

Felipe Maciel disse...

O Vettel fez uma burrada lamentável, acho que todos gostaríamos de vê-lo no podio, foi uma pena.

Anônimo disse...

Sakher, vi a mesma corrida que vc. Foi ótimo ter resistido ao sono, dá gosto ver quando os pilotos se lembram de porquê eles decidiram ser pilotos e buscam melhorar de posição. Em entrevista à Autosport, o Vettel define isso bem. Pena ele ter saído, fez um corridaço, mostrou que tem gente de sangue bom garantida pros próximos anos. E sobre o lance do Massa, aqueles que torcem o nariz é que fazem parte, na minha opinião, do grupo que só acho que alguém é bom se venceu. O que, às vezes, nem sempre é o que mais emociona numa corrida.